O Dano existencial comprovado e suas consequências para a saúde.
08/09/2015 07:29

Quem nunca se sentiu pressionado na indústria farmacêutica que atire a primeira caixa de amostras.
Cobranças de DDD (Distribuição Direta de Drogas), índices de desempenho, evolução, involução, share, resultados expostos em reunião perante aos colegas, fazer eventos, colocação de lançamento nas farmácias, fazer pesquisas de vendas, monitorar atividades do concorrente, média baixa de visitas (Apesar do Artigo 62 da CLT), notas de provas, reuniões que duram uma semana e com aquele clima pesadão, arrumar a pasta e o carro, pré visita, pós visita, comentários da visita, gestores chegando de surpresa no setor (Pega ratão), bronca na frente dos médicos ou colegas e por aí vai.
Os desmandos de alguns gestores merece uma lista comparável a uma lista telefônica de grandes cidades. Muitas das vezes a atitude é isolada ou é o perfil da empresa mesmo.
Não vamos dar nomes porque todos do ramo conhecem quem é quem e atualmente não existe nenhuma empresa que não exerça pressão e cobrança pelos resultados.
"A maneira" como isso é feito é o assunto em discussão e sabemos que tanto empregado e patrão vivem de vendas e resultados, porém nossa profissão tem que ser um meio de vida e não um meio de morte.
Num cenário econômico caótico como o nosso com o crescimento dos genéricos, das gueutas (Bonificados e de troca), dos similares, manipulação, farmácia do trabalhador com remédios a baixo custo dentre vários outros problemas, geralmente quem paga a conta é o propagandista.
O Tribunal do Trabalho de São Paulo (2ª Região) decidiu acatar o pedido de um colega que comprovou, via o competentíssimo Escritório de Advocacia do Rio Grande do Sul Lima e Advogados, que se sentiu extremamente pressionando pelos vários motivos já citados e assim refletiram na sua vida, casamento, saúde e convívio familiar.
Nada mais natural para quem conhece a nossa rotina diária e a surpresa foram os argumentos serem reconhecidos judicialmente. Mas, por que outros não reclamam pelo mesmo direito?
Respondemos com outras perguntas: Precisa resposta? Quem quer perder seu emprego?
Com honrosas exceções de gestores que sabem filtrar e que já estiveram do “lado de cá”, a tônica da cobrança que vem de cima para baixo é intimidadora e assustadora.
Esperamos que essa vitória exemplar seja a primeira de muitas e que alguns CPFs entendam que todo negócio seja grande ou pequeno, tem seu risco de sucesso e insucesso independente de quem está na função lá na ponta.
Numa atividade econômica como a nossa onde os investimentos são enormes, na maioria das vezes o representante se vê impotente e acaba pagando o pato com seu emprego ou sua saúde.
Também fazemos uma autocrítica aos Diretores Sindicais que não exercem com zelo sua função e não honram o mandato que possuem. Escondem-se atrás da estabilidade e fazem corpo mole na defesa do trabalhador.
Só procuram os colegas nos dias que antecedem as eleições ou para fazerem festas, churrascos ou almoços que não trazem nenhum benefício para a classe. Esses devem ler a CLT e verificar qual é a sua verdadeira função.
Isso tem que acabar para que possamos ter maior credibilidade junto aos colegas porque se não arrumarmos nossa casa de dentro para fora extirpando esses “estabilistas”, jamais seremos reconhecidos e respeitados como liderança e representantes legítimos da categoria.
E o patronal adorando....
Fonte: http://limaadvogados.com.br/noticia/73/judici-rio-condena-ind-stria-farmac-utica-ao-pagamento-de-dano-existencial-a-ex-empregado